Seis clubes removem jogadores de escalações em meio a investigação de manipulação de resultados

Seis clubes da Série A do Brasileiro retiraram preventivamente oito jogadores de suas equipes devido a suposto envolvimento em um esquema de manipulação de resultados depois que outros quatro clubes tomaram ações semelhantes.

As decisões ocorreram após o lançamento da Operação Penalidade Máxima II pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). A investigação visa apurar o envolvimento de algum jogador na manipulação de diversos jogos das Séries A e B, bem como de outros campeonatos estaduais realizados em 2023.

Os casos sob investigação giram em torno de apostas esportivas em eventos específicos do jogo, incluindo cartões amarelos, vermelhos e pênaltis. Suspeita-se que a máfia do jogo tentou trabalhar com jogadores com ofertas em dinheiro.

Segundo os procuradores, alguns atletas receberam pagamentos que variam de R$ 50 mil a R$ 100 mil para receber cartões amarelos ou multas intencionalmente.

Os oito jogadores são o meia Bryan Garcia, do Athletico Paranaense, e o lateral Pedrinho, o lateral-direito Nino Paraíba, do América Mineiro, o meia Richard, do Cruzeiro, o zagueiro Vitor Mendes, do Fluminense, Maurício, do Internacional, além de Jesús Trindade e Alef Manga, do Coritiba.

Declarações dos clubes

Depois de retirar alguns jogadores de sua escalação, todos os seis clubes divulgaram um comunicado sobre o motivo da decisão.

O Athletico-PR disse que Pedrinho e Bryan foram afastados do elenco principal até que as denúncias sejam aprofundadas.

Da mesma forma, o América-MG retirou Nino Paraíba do elenco e acompanha de perto o desenrolar da situação que a equipe chama de lamentável.

Apesar de fazer parte da equipe titular, o Cruzeiro tirou Richard da escalação do jogo contra o Fluminense. Mensagens obtidas durante a investigação sugerem que Richard se comunicava com apostadores enquanto jogava pelo Ceará.

Enquanto isso, Fluminense e Atlético-MG trabalham juntos para decidir o futuro de Vitor Mendes. Fluminense e Atlético-MG afirmam não ter ligação com o caso, pois ocorreu quando o jogador estava no Juventude e, portanto, não correm riscos.

O Coritiba também divulgou nota sobre dois jogadores da escalação no Twitter.

"O Coritiba Foot Ball Club informa que, em virtude dos eventos noticiados hoje no âmbito da operação Penalidade Máxima 2, os atletas Alef Manga e Jesús Trindade não estão relacionados para o jogo desta quinta-feira (11), contra o Vasco da Gama, ", diz o comunicado.

Envolvimentos em esquemas de viciação de resultados

Esses jogadores não foram apontados como réus na Operação Penalidade Máxima II, mas seus nomes foram mencionados em conversas de WhatsApp e nas planilhas relacionadas ao esquema de apostas.

Pedrinho e Bryan Garcia foram citados em conversas apuradas pelo MP-GO durante a investigação. Pedrinho teria recebido quase R$ 100 mil para receber um cartão amarelo contra o Cuiabá no ano passado. Bryan Garcia é acusado de cometer o mesmo crime.

Enquanto isso, Richard e Nino Paraíba teriam recebido R$ 40.000 cada para receber cartões amarelos durante uma partida contra o Cuiabá em 2022. Vitor Mendes teria recebido R$ 35.000 em troca de receber um cartão amarelo.

Seis jogadores, incluindo Bauermann, estão entre os 16 jogadores acusados que se tornaram réus no caso. Bruno Lopez, identificado como o líder do esquema, permanece preso junto com outros dois indivíduos.

Segundo O Globo, Bruno Lopez teria afirmado em conversas no WhatsApp que mantinha contatos com oito jogadores do Botafogo para se envolver no esquema.

Inicialmente, o MP-GO acusou 20 indivíduos, mas quatro jogadores - Kevin Lomónaco, do Bragantino, Moraes, do Atlético Goianiense, Nikolas Farias, do Novo Hamburgo, e Jarro Pedrosso, do Inter de Santa Maria - fizeram acordo com o Ministério Público e não foram indiciados. Os demais acusados respondem a processo e a pedido de pagamento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos aos cofres públicos.