MPGO abre investigação sobre manipulação de resultados na Série A
Last updated November 19, 2024
O Ministério Público de Goiás (MPGO) abriu a Operação Penalidade Máxima II, uma nova investigação sobre uma organização criminosa suspeita de manipular os resultados de jogos de futebol, incluindo o Brasileirão Série A em 2022.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Goiás e a Segurança Institucional e Inteligência (CSI) estão conduzindo a Operação Penalidade Máxima II, com o apoio de outros órgãos de segurança pública em diferentes estados. A investigação é um desdobramento da Operação Penalidade Máxima, que já havia identificado suspeitas de manipulação de resultados em jogos da Série B no ano passado.
Acredita-se que o grupo criminoso tenha manipulado pelo menos cinco jogos do Brasileirão Série A de 2022 e cinco estaduais de 2023, incluindo campeonatos como Goiano, Gaúcho, Mato-Grossense e Paulista. No entanto, os jogos específicos sob investigação ainda não foram divulgados.
Como parte da Operação Penalidade Máxima II, o MPGO já expediu três mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados brasileiros, incluindo Goianira, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Pelotas, Santa Maria, Erechim, Chapecó, Tubarão, Bragança Paulista, Guarulhos, Santo André, Santana do Parnaíba, Santos, Taubaté e Presidente Venceslau.
Segundo o portal NDMais, um dos alvos da operação é Victor Ramos, ex-Palmeiras que atualmente está na Chapecoense. O agente de Ramos negou o envolvimento de seu cliente em apostas esportivas e manipulação de resultados.
Esquemas de viciação de resultados e suspeitos
A Operação Penalidade Máxima foi iniciada em fevereiro de 2023 sob o procurador Fernando Cesconetto. A investigação inicialmente se concentrou no Vila Nova e revelou suspeitas de manipulação de resultados em confrontos estaduais em 2023 para beneficiar apostadores.
O MPGO estima que cada integrante da organização criminosa recebeu aproximadamente R$ 150 mil por aposta. O grupo supostamente cooptou jogadores com ofertas variando de R$ 50.000 a R$ 100.000 para manipular eventos específicos do jogo, como cartões amarelos, cartões vermelhos, pênaltis e escanteios, bem como o placar do intervalo de um time.
Até o momento, oito jogadores e seis integrantes do "Núcleo de Apostadores" foram indiciados por corrupção em competições esportivas, entre eles o empresário Bruno Lopez de Moura, preso em São Paulo, e o ex-jogador do Vila Nova Marcos Vinícius Alves Barreira, conhecido como Romário.
No dia 6 de março, Romário negou ter feito pênalti intencionalmente, mas admitiu ter aceitado dinheiro de um aliciador envolvido no esquema. A primeira fase da operação também revelou que seis dos indiciados são integrantes de um grupo criminoso especializado em corrupção esportiva, conhecido como "Núcleo de Ação".
Segundo o MPGO, a organização ilícita era responsável por contatar e aliciar jogadores para participar do esquema criminoso, além de efetuar pagamentos a jogadores e promover apostas em sites esportivos. Há também outro grupo ainda não identificado, o "Núcleo Financiadores", que era responsável por garantir a disponibilidade de recursos para o pagamento dos jogadores cooptados e das apostas manipuladas.
Além de Romário, os outros sete jogadores que viraram réus na primeira fase da operação são Mateus da Silva Duarte, do Cuiabá, José Maurício de Oliveira Figueredo, do Tombense, Gabriel Domingos de Moura, do Vila Nova, Allan Godoi dos Santos, do Sampaio Corrêa, André Queixo do Ituano, ex-jogador do Sampaio Corrêa Ygor Catatau e Paulo Sérgio Marques Corrê do Operário-P.
Já os outros cinco integrantes do Núcleo de Apostadores são Camila Silva da Motta, Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro, Victor Yamasaki Fernandes e Zildo Peixoto Neto.